
Sara Alonso e Elhousine Elazzaoui vencem a Zegama-Aizkorri 2025
Blanes e Pattis brilham no masculino; Wyder e Osa completam o pódio feminino. Uma edição emocionante consagra antigos favoritos e guarda histórias de superação.
A edição 2025 da Zegama-Aizkorri foi pura emoção, tanto nas disputas femininas quanto nas masculinas — e, como já virou tradição, também nas encostas lotadas de fãs que vibraram intensamente do início ao fim. Com condições climáticas ideais, a prova consagrou dois nomes que há tempos mereciam um lugar no seleto hall de vencedores: Elhousine Elazzaoui, o “homem tranquilo”, e Sara Alonso, a estrela basca que venceu em casa.
Sara Alonso conquista o sonho e assume a liderança do GTWS
Na prova feminina, Sara Alonso deu um verdadeiro espetáculo. A atleta da Asics, que havia subido ao pódio em sua estreia em 2022, enfrentou frustrações nos anos seguintes — incluindo uma pneumonia em 2024 que a tirou da corrida na véspera. Desta vez, porém, nada a parou. Desde o início, Alonso mostrou que queria a vitória e liderou de ponta a ponta, cruzando a linha de chegada em 4h27min25s.
“Saí para ganhar, estava focada nisso desde o começo. Liderar é estressante, você acha o tempo todo que alguém vai te alcançar… Só acreditei mesmo quando cheguei no asfalto e vi que ninguém vinha atrás”, contou emocionada após a chegada. “Essa era a prova que eu mais queria vencer. Se o resto da temporada não for como o esperado, tudo bem. Já posso dizer que ganhei Zegama.”
A disputa pelo segundo lugar ficou com a suíça Judith Wyder (Hoka), que fez sua estreia na Zegama com um desempenho notável, completando em 4h29min47s. O terceiro lugar foi da jovem espanhola Malen Osa (Salomon), que repetiu o pódio de 2024, desta vez com mais dificuldades físicas, especialmente com cãibras nas descidas.
“Foi um pesadelo. Estava me sentindo muito bem até o km 9, mas as cãibras me pegaram forte nas descidas. Cheguei a pensar em desistir, mas tentei manter a cabeça no lugar. O corpo estava pronto, mas os músculos não ajudaram”, relatou Osa.
Top 10 Feminino – Zegama-Aizkorri 2025
Posição | Atleta | País | Equipe | Tempo |
---|---|---|---|---|
1º | Sara Alonso | Espanha | Asics | 4h27min25s |
2º | Judith Wyder | Suíça | Hoka | 4h29min47s |
3º | Malen Osa | Espanha | Salomon | 4h31min18s |
4º | Rosa María Lara Feliu | Espanha | Compressport | 4h32min00s |
5º | Theres Leboeuf | Suíça | Compressport | 4h33min29s |
6º | Ikram Rharsalla | Espanha | Joma | 4h37min39s |
7º | Ida Amelie Robsahm | Noruega | Hoka | 4h38min41s |
8º | Oihana Kortazar | Espanha | Salomon | 4h42min59s |
9º | Patricia Pineda | Espanha | La Sportiva | 4h44min22s |
10º | Marta Martínez Abellán | Espanha | La Sportiva | 4h44min29s |
Com a ausência de Kilian Jornet, dono de 11 vitórias em 12 participações, os olhos se voltaram ao marroquino Elhousine Elazzaoui (NNormal). Após dois vice-campeonatos consecutivos, 2025 foi o ano em que tudo deu certo. Com uma estratégia bem definida, Elazzaoui não forçou no início e deixou outros rivais assumirem a dianteira — como o espanhol Andreu Blanes, que liderou até Sancti Spiritu e sentiu o carinho da torcida basca.
Mas, no trecho final, a regularidade e experiência do marroquino falaram mais alto. Elazzaoui cruzou a linha de chegada em 3h43min28s, realizando seu grande sonho.
O segundo lugar ficou com Blanes (Hoka), que fez uma prova explosiva e resistiu até o fim, completando em 3h50min53s. Já o italiano Daniel Pattis (Brooks) foi premiado pela consistência ao longo da prova, fechando o pódio com 3h51min40s.
“Saí forte porque sei que nos trechos planos tenho vantagem. Nas subidas, mantive o controle, mas depois de duas horas as pernas já estavam no limite. Mesmo assim, consegui administrar e chegar em segundo. O clima em Sancti Spiritu foi emocionante, parecia o Tour de France”, relatou Blanes.
Top 10 Masculino – Zegama-Aizkorri 2025
Posição | Atleta | País | Equipe | Tempo |
---|---|---|---|---|
1º | Elhousine Elazzaoui | Marrocos | NNormal | 3h43min28s |
2º | Andreu Blanes | Espanha | Hoka | 3h50min53s |
3º | Daniel Pattis | Itália | Brooks | 3h51min40s |
4º | Luca Del Pero | Itália | Scarpa | 3h54min19s |
5º | Lorenzo Beltrami | Itália | Scarpa | 3h54min58s |
6º | Thomas Cardin | França | Kiprun | 3h55min34s |
7º | Antonio Martínez | Espanha | Asics | 3h56min42s |
8º | Nicolás Molina | Espanha | La Sportiva | 3h58min51s |
9º | Stian Angermund | Noruega | — | 3h59min46s |
10º | Marcin Kubica | Polônia | Salomon | 3h59min50s |
Participação brasileira: Alexandre Mariotto Castello Branco
O Brasil também esteve representado na Zegama-Aizkorri 2025 com a participação de Alexandre Mariotto Castello Branco. O atleta enfrentou os desafiadores 42 km e mais de 2.700 metros de desnível positivo da prova.
“CONSEGUI!🇧🇷
Deixei tudo que tinha, não sobrou mais nada. Percurso lindo porém duríssimo e sofri demais com câimbras na coxa direita desde o km 18. Achei que os tempos de corte eram mais tranquilos mas passei quase todos no limite. Um deles tive que dar um tiro e passei faltando apenas 30 segundos pra fecharem o posto. Sinistro.
Gestão do corpo e da mente por 7h49.
Não foi do jeito que eu gostaria mas foi do jeito que tinha que ser. Feliz DEMAIS por ter vivido essa experiência incrível e escrito meu nome na história do Trail brasileiro. Na torcida para que ano que vem mais brazucas venham desbravar essa prova (venham preparados!)
Partiu cerveja e comida agora, se eu conseguir levantar aqui do banco. 😂”
Como de costume, a Zegama-Aizkorri manteve seu rigor contra o doping. Testes antidoping foram realizados com diversos atletas ao final da prova, reforçando o compromisso da organização com a integridade esportiva.