A Golden Trail World Series viveu uma corrida inesquecível em Noli, marcada por calor intenso e constantes variações de ritmo ao longo da costa mediterrânea.
Florea e Kiriago agora lideram o circuito após conquistarem a vitória na terceira etapa da temporada. A próxima parada da série será Zegama-Aizkorri, em 25 de maio.
NOLI, ITÁLIA — A terceira etapa da Golden Trail World Series 2025 reuniu os melhores corredores de trilha do mundo na costa italiana, onde o Il Golfo dell’Isola Trail ofereceu um percurso tão técnico quanto cênico. Foram 26 quilômetros de pura intensidade, com um perfil altimétrico exigente que testou todas as habilidades atléticas. Sob clima ideal para a prática do esporte, a corrida proporcionou dois duelos eletrizantes na ponta. No final, Madalina Florea (Romênia – Scott Running) e Philemon Kiriago (Quênia – Run2gether On Trail) conquistaram a vitória e assumiram a liderança do ranking da GTWS 2025 após três provas.
FLOREA DEFENDE SEU TÍTULO EM NOLI E ASSUME A LIDERANÇA APÓS UMA BATALHA IMPLACÁVEL
Às 11h30, a prova feminina começou com um pelotão compacto forçando o ritmo desde o primeiro quilômetro. As quenianas Philaries Jeruto Kisang (Run2gether On Trail) e Valentine Jepkoech Rutto (Atletica Saluzzo) ditaram o ritmo inicial, mas logo Madalina Florea posicionou-se entre elas durante a subida para a Vetta Capo, um dos trechos mais técnicos da prova.
Até o km 14,5, a dupla queniana seguia no controle, mas no segundo posto de abastecimento, Florea apertou o ritmo, ultrapassando ambas com uma passada firme e determinada. Nos quilômetros finais, Kisang ainda conseguiu diminuir a diferença, mas a técnica e resistência de Florea nas descidas foram decisivas.
Com o tempo de 2:22:29, Florea repetiu a vitória conquistada em 2023 e cruzou a linha de chegada sozinha, assumindo a liderança do ranking. Kisang ficou em segundo com 2:22:56, enquanto Rutto completou o pódio com 2:25:33. A espanhola Rosa Lara Feliu fez uma grande prova de recuperação para terminar em quarto, e Miriam Chepkirui (Quênia) completou o top 5.
“Obrigada à minha família, meu parceiro e todos na Romênia que me apoiam. Eu estava controlando a prova, mas algo não estava bem. Às vezes temos bons dias, às vezes não. Eu tinha energia, mas algo me incomodava. Tive problemas estomacais, mas consegui resistir até o fim. Estava esperando desde a final de 2023 para vencer outra etapa da GTWS.”
Sua principal rival, Kisang, também comentou:
“Estava lutando com a Madalina o tempo todo. No final, fiquei em segundo, mas estou feliz. Tive dificuldades na última subida, precisei caminhar. A batalha foi muito dura.”
Rutto acrescentou:
“A prova foi muito dura e técnica. As subidas, especialmente as partes rochosas—se você errasse o passo, podia cair. No começo eu estava liderando, mas percebi que se continuasse naquele ritmo, não conseguiria terminar. Então decidi desacelerar e aceitar minha posição. Agora volto ao Quênia para treinar para o Mundial, e depois retorno para Sierre-Zinal.”
Foto:@Rising.Story-@JustinGalant_Nol
KIRIAGO DÁ O TROCO COM AUTORIDADE E ASSUME A LIDERANÇA GERAL
A prova masculina começou em ritmo alucinante, puxado pelo trio queniano Philemon Kiriago, Paul Machoka (Atletica Saluzzo) e Michael Selelo Saoli (Run2gether On Trail), seguidos de perto por Elhousine Elazzaoui (Marrocos – NNormal) e Rémi Bonnet (Suíça – Salomon). Bonnet, muito ativo no início, foi perdendo rendimento na segunda metade e acabou saindo do top 10, sofrendo com o terreno técnico e exigente.
Por volta do km 14,5, Kiriago e Elazzaoui já estavam isolados na frente. O marroquino chegou a assumir a ponta, mas teve um problema na descida final e precisou parar por alguns segundos—oportunidade que Kiriago aproveitou para garantir a vitória com 2:01:47. Elazzaoui manteve o segundo lugar, e Machoka completou o pódio com ritmo forte e constante.
“Hoje foi um grande dia para mim,” disse Kiriago. “Meus rivais dificultaram muito—nem sempre acreditei que venceria.”
Elazzaoui explicou o momento decisivo:
“Tive que parar por alguns segundos na descida. Philemon veio forte e me passou. Estou feliz por ele.”
Machoka, estreando na série, celebrou:
“Conseguir um pódio na minha primeira Golden Trail é algo que me deixa muito feliz. As descidas foram muito difíceis, mas dei tudo de mim.”
Foto:@Rising.Story-@JustinGalant_Nol
TOP 10 – MULHERES
Madalina Florea (Romênia – Scott Running) – 2:22:29
Philaries Jeruto Kisang (Quênia – Run2gether On Trail) – 2:22:56
Jan Torella (Espanha – Salomon Future International Team) – 2:07:13
Pierre Galbourdin (França – Brooks Trailrunners) – 2:08:31
RUMO A ZEGAMA: A CATEDRAL DO TRAIL RUNNING
Com Philemon Kiriago e Madalina Florea agora liderando o ranking geral, a GTWS volta suas atenções para uma das provas mais aguardadas da temporada: Zegama-Aizkorri, marcada para o dia 25 de maio no coração do País Basco. A icônica maratona de montanha, com 42 km e mais de 2.700 m de ganho altimétrico, promete novamente um percurso técnico e espetacular, amplificado pela paixão do seu lendário público.
Considerada a catedral do trail running, Zegama será um novo desafio para os líderes do circuito, que terão que encarar especialistas em longas distâncias e um trajeto que muda a cada ano. A prova será decisiva na briga pelo título da temporada 2025, já que a combinação de terreno brutal e competição acirrada pode provocar grandes mudanças na classificação geral. A contagem regressiva começou.
Zegama
CALENDÁRIO GTWS 2025
19 de abril – Kobe Trail – 21,3 km / 2.109 m D+ – Kobe, Japão
26 de abril – Jinshanling Great Wall Trail – 24,2 km / 1.800 m D+ – Chengde, China
17 de maio – Il Golfo dell’Isola Trail – 26 km / 1.400 m D+ – Noli, Itália
25 de maio – Zegama-Aizkorri – 42 km / 2.736 m D+ – Zegama, Espanha
22 de junho – Broken Arrow Skyrace – 21,7 km / 1.433 m D+ – Olympic Valley, EUA
29 de junho – Tepec Trail – 32 km / 1.800 m D+ – Huasca de Ocampo, México
2 de agosto – Salomon Pitz Alpine Glacier Trail – 23,5 km / 1.700 m D+ – Pitztal, Áustria
9 de agosto – Sierre-Zinal – 31 km / 2.200 m D+ – Sierre, Suíça
Outubro – Grande Final – Valle di Ledro, Garda Trentino